«Diremos apenas
até amanhã,
como se o amanhã
existisse no mesmo lugar, […]»
Há sempre um equívoco em cada
despedida.
A antecipação da onda que reveste
a imobilidade dos lugares, dissipada
esta bruma
melancólica que em mim apaga as tuas
feições.
Uma estação em estado de esteio ou de
janela.
O desprendimento da última folha da
magnólia
sem a exaltação da espera, esse
percurso
que foi a tua mão na minha.
Uma planície onde se precipitam os
mortos.
A conjugação da luz num coração
futuro,
pedaço de metal onde escondo o ofício
de ser teu.
Há sempre um começo antigo em cada
despedida.
[Sandra Costa]
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