domingo, 12 de abril de 2015

Manual da Vida Breve XXI

23.

«Nunca escrevi um poema sobre a morte».
Eis como um verso começa um poema
entre dois sonhos, um real e outro imaginado,
e depois se revela uma casa vazia onde só
o rasto difuso de uma tempestade que nunca
existiu te devolve a certeza de que no fim,
como no começo, o que nos abandona
é essa ilusão de que um dia caminhamos
no dorso do mundo.

[Sandra Costa]