Polaroid de Andrei Tarkovsky. Daqui.
O ângulo retira da
imagem o que está para além da melodia
das coisas[1]. Fica a
casa, outra casa onde o tempo também rasgou as paredes, o limoeiro carregado
pelo aroma dos limões e um azulejo com a Virgem como se soubéssemos que a
existência tem sempre necessidade de encontrar a primeira palavra para anunciar
o sagrado. Não chove e a luz, rarefeita ainda quando passo, é a do mundo pela
manhã.
Sandra Costa
Sandra Costa
[1] Do título da obra de Rainer
Maria Rilke, Notas sobre a melodia das
coisas (Averno, 2011).
[série de textos/poemas, chamem-lhe o que quiserem, que não foi escrita para as belíssimas polaroids de Tarkovsky]
[série de textos/poemas, chamem-lhe o que quiserem, que não foi escrita para as belíssimas polaroids de Tarkovsky]
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