segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A vocação dos homens silenciosos IV












Por vezes, junto à claridade da manhã,

descubro que as palavras não me pertencem,
que o sopro que lhes dou é ainda
mais aparente do que certas imagens
reveladas pelos espelhos e que usá-las,
por exemplo, para descrever a melancolia
é esperar demais dos lábios - porque o que
se quer é só o esforço de contemplar uma flor
ou uma pedra na berma da estrada –


Sandra Costa, A vocação dos homens silenciosos, Cosmorama, 2006.

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