Fotografia de Ekaterina Belitskaya
«explica-me este verso
pedias
como se a luz
pudesse
permanecer intacta
sobre a tua mão.»
Ana Paula Inácio, Anónimos do séc. XXI, Averno,
2016, p. 45.
Não expliques
nenhum verso.
Peço-te.
Deixa que a luz
tombe
sobre as
janelas quase abandonadas
da varanda
e que as
sombras de ferro forjado
que perduram
nas cortinas
mesmo
anoitecendo
sejam a única
coisa intacta
no interior do poema.[Sandra Costa]
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