As
estátuas foram as primeiras a partir.
Nenhuma vela ficou acesa no poema. Cobriram-se
de sombras as canções da época e os cântaros
da chuva apagaram-se como se não
sobrassem
invernos, musgos, beirais. 
Se não houver mais nada, 
demoradamente espera             (mas
não lamentes 
os dedos onde já não pulsa o coração). Abre
a 
morte como abres uma laranja e devolve à
terra  
o ofício de interromper as promessas e as
ruínas 
das palavras que ficaram por dizer.
Depois de tudo isto procura por debaixo
da porta
a falta que faz uma luz sobre tão desamparada
escuridão
Dezembro de 2012
 
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