Ele sentira-o como se não tivesse acontecido, como mais um pormenor de ausência a acrescentar àquela sucessão de reflexos e palavras que lhe marejavam os olhos e a boca de forma quase mecânica e que faziam daquela tarde de Verão uma inevitável demonstração da sua capacidade de viver como um animal em extinção.
Porém, como um sinal, a sua mão pendia agora sobre a mesa do café e na base do pulso, na artéria radial, sentia que algo em si, para além do sangue, pulsava em desordem.
[Sandra Costa]
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