Polaroid de Andrei Tarkovsky. Daqui.
«Polaroids»
I
Pressinto que o
silêncio pode ser uma forma de combater a imobilidade. Coloco em cima da mesa a
imagem da casa que tem uma tonalidade rosa velho nos pedaços de parede que
ainda não caíram. A casa onde as fendas não começam nem acabam e os restantes
pedaços de parede parecem sugerir que todos os poemas têm algo de abandonado. A
porta principal permanece com um cadeado mesmo quando levanto os olhos para o
céu e os vidros das janelas talvez nunca estivessem lá. Um dia, hei-de parar o
carro em frente à casa e tentar perceber se o que nela me encanta é a luz trémula
que imagino sobre os soalhos ou a certeza que não há uma explicação para o
invisível.
Sandra Costa
[série de textos/poemas, chamem-lhe o que quiserem, que não foi escrita para as belíssimas polaroids de Tarkovsky]
Sandra Costa
[série de textos/poemas, chamem-lhe o que quiserem, que não foi escrita para as belíssimas polaroids de Tarkovsky]
Beijinhos, Sandra.
ResponderEliminarGuardo com estima o Ruy Belo e o Daniel Filipe.
Lembro-me de ti muitas vezes.
Obrigada, Margarida. :)
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