12.
No manual da
vida breve, onde os dias
se (des)fazem
úteis e o tempo se conta pelos
dedos como dantes
se contava a tabuada,
os poetas
interrogam-se: que sabem eles
de poesia? Onde
param os versos que sopram
para longe o nevoeiro que cega e
entontece?
(e se desconhecem
que à cor afogueada que
toma a
atmosfera depois do sol se pôr se chama
arrebol, por minha vontade ditava-lhes que
ficassem
sentados à sombra da vida que se
esconde a
observar as morosidades dos bois
antigos nas voltas da nora à espera
do
favorecimento das Graças)[1]