davanti a
costruzioni in rovina. Ho bisogno di sentire
la presenza di
spessori, di incrostazioni create
dalla pioggia,
dal sole e delle pietre che si
smarrivano, così
capisco che la natura dà un suo
contributo
fondamentale all’architettura regalando
l’impronta del
tempo e della morte. I palazzi gotici e del
rinascimento così
ben conservati chiedono soltanto la mia
ammirazione e
invece i monumenti in rovina, oltre all’ammirazione
vogliono
commozione e affetto per la loro agonia umana.
In più devo
confessarvi che entrano nella memoria
le conversazioni
silenziose con oggetti e
presenze mute.
Quei colloqui segreti
che ci riempiono
di verità nascoste.
Per queste mie
voglie di borghi abbandonati
molto è dipeso
anche da un orto che confinava
col cortile di
casa mia in via Verdi. Quattro metri
di rete metallica
prima della lunga capanna sbilenca dove
stava ammucchiato
il carbone che mio padre vendeva pesandolo
con una bilancia
appesa al soffitto. Oltre i quattro metri
di rete metallica
c’era l’erba verde del campo Meloti,
chiuso sulla
destra dall’orto della famiglia
Moroni. Allora
c’era grande amicizia
tra me e
Federico, il loro figlio più grande.
Quando pioveva
stavamo nella sua stalla per sentire
che la pioggia
batteva sulla foglia del fico e de galline lasciavano
orme sul terreno
umido e facevano pensare a scritture
giapponesi. [...]
GUERRA, Tonino – Una foglia contro i fulmini.
Santarcangelo di Romagna: Maggioli Editore, 2006, p. 9 – 13.
[...] A maravilha e a emoção apoderam-se de mim de um golpe se me
encontro
perante construções em ruína. Preciso de sentir
a presença das espessuras, das incrustações criadas
pela chuva, pelo sol e pelas pedras que se
extraviam, pois assim compreendo que a natureza dá um
contributo fundamental à arquitectura presenteando-a
com a marca do tempo e da morte. Os palácios góticos e do
renascimento tão bem conservados pedem apenas a minha
admiração enquanto os
monumentos em ruína, para além de admiração,
desejam comoção e afecto pela sua agonia humana.
Mais, devo confessar que se entranham na memória
as conversações silenciosas com objectos e
presenças mudas. Aqueles diálogos secretos
que se enchem de verdades escondidas.
Estes meus desejos por aldeias abandonadas
dependiam muito também de uma horta que confinava
com o pátio da minha casa na via Verdi. Quatro metros
de rede metálica antes da grande cabana desequilibrada onde
estava amontoado o carvão que o meu pai vendia pesando-o
com uma balança suspensa do tecto. Adiante dos quatro metros
de rede metálica ficava a erva verde do campo Meloti,
fechado sobre a direita da horta da família
Moroni. Naquele tempo existia uma grande amizade
entre mim e Federico, o filho deles mais velho.
Quando chovia encontrávamo-nos no seu curral para sentir
como a chuva batia sobre as folhas da figueira e as galinhas
deixavam
pegadas sobre o terreno húmido e nos faziam pensar na
caligrafia
japonesa. [...]
GUERRA, Tonino – Una foglia contro i fulmini.
Santarcangelo di Romagna: Maggioli Editore, 2006, p. 9 – 13. [Tradução de
Sandra Costa e revisão de Andrea Ragusa]
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