quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Exercício #7

Quebrara-se o silêncio. Não memorizara sobre que falaram mais nem quem reatou a conversa. Dentro dela tudo era confronto e de uma das gavetas de Freud, atrever-se-á um dia a verbalizar?, vislumbrou Florence a deambular de olhar perdido pela noite de Paris pronunciando docemente o nome de Julien, numa dança com o trompete de Miles. «Tu sais que je serais là».
Improvisava. Para que nenhum efeito fisiológico emergisse sob as pálpebras, imperdoável fragilidade, encostou-se a uma das extremidades de si mesma e deixou-se apagar pela solidão.

[Sandra Costa]



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