Despedira-se
com um beijo.
Tanto
tempo depois e ela continuava sem conseguir explicar o que acontecera. Deram a
conversa por terminada, fizeram contas com a realidade, um acompanhou o outro
até ao carro, aperceberam-se que a cor do mundo mudara. O determinismo de uma
cadeia de acontecimentos previsíveis como a única matéria sensível e eis que os
lábios dela tocaram a boca dele de forma tão breve, e assim intensa, quanto uma
possibilidade.
Ainda
que em si pulsasse o sulco do filtro labial dele, uma suave depressão como
topografia, jamais acreditaria que o amor fosse tão só a arte do possível. Preferia
dizer-lhe que é uma imagem que já se desfaz. Um tempo que é sempre a primeira
vez. Ou que todas as histórias têm um fim.[Sandra Costa]
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