quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Da série «Manual da vida breve» - III




















8.

Os poemas não se abriram às magnólias
neste Inverno. Não cobrem os muros como
o musgo. Não escurecem as paredes da casa
como as manchas do tempo ou como as
sombras que hão-de vir. Não tornam os dias
mais frios como aquele raio de sol sobre
o velho cata-vento da casa de lavoura.

Não se ouvem os nomes que desaparecem
ou se perdem para além do lugar onde as aves
repousam sobre a distância.

(e assim se sentem as alterações climáticas
nas coisas simples)

[Sandra Costa]

6 comentários:

  1. As magnólias andam friorentas...

    Gostei da sincronia casa sem telhado, árvores sem folhas:)

    Saudações

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  2. Lourenço, as magnólias até abriram muito cedo, neste Inverno, as magnólias rosa, pelo menos. Ainda não vi as brancas abertas... Mas não devem tardar. São as minhas favoritas.

    Obrigada pelo comentário. :)

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  3. Ahhhhhh...mesmo abertas não "inspiraram" a poesia.:)Belas flores; entre outros, representam a simpatia - que é um dos atributos da admiradora!

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  4. Naquele Inverno do poema, não, Lourenço... Nos idos de 2006 ou 2007, as magnólias, por mais belas que fossem, só deram (poucos) poemas assim como este... Mas este Inverno, poderá ser diferente. :)

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  5. Votos, então, de um Inverno diferente!
    Bjnho

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