Pois o meu sentimento de felicidade inominável virá mais facilmente de
uma
fogueira de pastores distante e solitária do que da contemplação do céu
estrelado
Hugo
von Hofmannsthal
Uma mulher junto à janela emoldurada
pela neve,
como num postal antigo, observando não
se sabe
que estação onde se cumpre a
improbabilidade dos dias.
A alusão a uma fogueira de pastores distante e solitária
preterindo-se a cartografia anunciada a
um doce e imprevisto
silêncio que corrói cada verso que fica
por escrever.
A acústica do que é eterno e inominável,
e por isso mesmo
imperfeito, como o único vestígio de que
é possível
a floração da luz como presença do
sagrado.
Dezembro de 2012
[Sandra Costa]